Quem quer estudar no exterior sabe que o processo seletivo envolve preparação. Para conseguir aquela vaga na universidade, algumas etapas precisam ser cumpridas. Entre elas, muitas vezes está a produção de redações. O que nos leva a pensar: como preparar cartas de motivação e recomendação?
Ambos os documentos são formas de apresentar o candidato em termos profissionais, acadêmicos e pessoais. Através deles, é possível entender sua trajetória e o quanto pode contribuir com o meio em que está inserido. A diferença é que, pela carta de motivação, o avaliador acessa a visão que a pessoa tem de si mesma. Na carta de recomendação, esse olhar vem de fora.
Neste artigo, você vai entender como preparar cartas que de fato ajudam na candidatura. Para conferir um guia completo com as melhores dicas, é só continuar por aqui!
O que são cartas de motivação
No Brasil, estamos acostumados com um processo seletivo focado no conhecimento acadêmico. No exterior, a ação de entrar em uma universidade acontece de forma diferente. Ali também é levado em conta o perfil do aluno, sua trajetória de vida e como ele pode agregar na instituição.
É aí que entra a carta de motivação. Com ela, o candidato tem espaço para mostrar sua identidade, sonhos, projetos, motivações e história. Resumindo, é uma ferramenta para ajudar a responder: “por que essa pessoa deveria estudar nesta universidade?”.
As cartas — também chamadas de essays — são escritas pelo próprio estudante. Ao lê-las, a instituição analisa capacidade de liderança, trabalho em equipe, interesses pessoais e outros detalhes não percebidos nas demais etapas de candidatura.
Como preparar cartas de motivação
O objetivo desses textos é conhecer personalidade e modo de pensar. Sendo assim, os temas escolhidos pelas universidades tendem a ser bem pessoais.
Conheça alguns:
- Conte a sua história.
- Por que você deseja entrar nesta universidade?
- Conte sobre os maiores desafios da sua vida e como os superou.
- Descreva qual foi a sua experiência em liderança mais significativa.
- O que você espera ganhar, pessoal e profissionalmente, estudando nesta universidade?
- Fale sobre um sucesso recente que você atingiu.
Podem surgir, ainda, perguntas curiosas a serem transformadas em redação. Por exemplo: você é chamado para passar o próximo ano no passado ou no futuro. Diga para onde gostaria de ir e por que. O tema já foi abordado em uma seleção da University of Richmond.
Ou seja, para não ser pego de surpresa, as primeiras dicas são: leia o edital da universidade com cuidado, planeje-se e comece a preparar a carta com antecedência.
Agora confira como escrever uma essay arrasadora:
Respeite as regras do processo seletivo
Como vimos ali em cima, é importante estar atento ao edital de sua seleção. É ali que você vai encontrar o tema a ser desenvolvido e regrinhas específicas (como quantidade de palavras ou páginas obrigatórias).
Leve as instruções a sério para passar uma boa impressão ao avaliador. Procure grifar cada exigência e, ao final da redação, confira se foram obedecidas.
Vale lembrar que objetividade é fundamental. No momento de revisão, verifique se conseguiu responder a pergunta ou assunto principal.
Capriche na gramática
Não adianta, respeitar as normas da língua é item básico para ter chance de estudar no exterior. E se estamos falando de universidades internacionais, é provável que sua carta de intenção precise estar em outro idioma.
Então, fuja das traduções do Google e peça ajuda para um de seus professores ou alguém habilitado. Se puder, pense até mesmo em contratar um tradutor. Faça de tudo para que o texto chegue correto nas mãos dos examinadores.
A banca de avaliação é qualificada e rigorosa. Quanto mais domínio sobre a língua você demonstrar, melhor será a sua colocação no processo de admissão.
Busque autoconhecimento
Ao preparar a carta de motivação, o autoconhecimento também é valioso.
Por isso, se estiver com dificuldade para escrever, separe tempo e reflita sobre o que gosta, o que busca. Algumas coisas a se pensar e que podem ajudar:
- Quais são os seus talentos? E as suas fraquezas?
- Quais atividades gosta de fazer? Quais não gosta?
- Sobre o que gostaria de aprender?
- O que você pode ensinar?
- O que te deixa feliz? E triste?
- Quais são suas maiores motivações?
- Três pessoas que você admira e por que?
- Como você enxerga a si mesmo?
- Como gostaria que os outros o vissem?
- Qual foi o pior e o melhor momento da sua vida?
Anote as respostas em um papel e consulte sempre que precisar.
Pense no Comitê de Admissão
Ao escrever qualquer tipo de redação, pense em quem vai ler. Neste caso, o Comitê de Admissão que representa a instituição.
Busque, então, conhecer a universidade o melhor possível. Entre no site, veja atividades extracurriculares, programas, professores e instalações. Se possível, converse com alunos ou ex-alunos.
Desta forma, será mais fácil escolher o que destacar, tornando seu essay único. Mas, atenção, isso não significa que deva abandonar a autenticidade, combinado?
Estar engajado na realidade do lugar não significa dizer só aquilo que os avaliadores gostariam de ouvir. Até porque o que eles querem é que você mantenha sua identidade. Não se prenda em parecer o concorrente certo, mas em ser você.
Aposte na simplicidade
“Menos é mais”, lembra?
Invista no simples e direto, tanto em matéria de linguagem quanto de estrutura textual.
O que isso significa? Que palavras rebuscadas ou expressões exclusivas da sua área de atuação devem ser evitadas. Comunicação boa é aquela compreendida em totalidade, que atinge a todos.
Na estrutura, não abra mão da introdução, desenvolvimento e conclusão. Opte por parágrafos não tão longos e adicione exemplos práticos na hora de citar habilidades ou comportamentos. Ao relatar conquistas, não precisa se estender em acontecimentos antigos. Prefira detalhar os que ocorreram nos últimos 3 ou 5 anos.
Modelos de cartas de motivação
Muita gente questiona se existe um modelo ideal de cartas de motivação e recomendação, uma espécie de referência a seguir. Tenha especial cuidado com isso.
Como deve ter percebido nas dicas anteriores, uma carta de motivação deve ser original e sob medida para cada estudante. Afinal, se cada ser humano é diferente, possuindo originalidades e características próprias, nada mais justo do que as redações seguirem por esse caminho.
No entanto, se quer exemplos, para ter uma ideia de linguagem e tom utilizados, há modelos disponíveis na internet, capazes de auxiliar sua preparação.
O que são cartas de recomendação
As cartas de recomendação são textos produzidos e assinados por alguém que faz parte (ou que já tenha feito) do seu convívio acadêmico/profissional. Isto é, professores, orientadores de TCC, superiores hierárquicos e etc.
Elas devem discorrer sobre seu perfil de estudante ou colaborador, mostrando o papel que desempenha dentro desses cenários. O objetivo é apresentar ao Comitê de Admissão seu percurso, realizações e aptidões.
Como preparar cartas de recomendação
Para desenvolver uma carta de recomendação forte, é fundamental se ater a alguns pontos.
Os primeiros são parecidos com os que vimos nas essays. Leia bem as instruções cedidas pela universidade de interesse, se atentando aos fatores que pedem.
Em seguida, organize-se para fazer tudo com antecedência. Dessa forma, o seu recomendador tem tempo para escrever e você não corre o risco de perder prazos.
Descubra, ainda, outros detalhes que merecem cuidado:
Escolha a pessoa certa
O crucial ao escolher quem escreverá sobre você é eleger alguém com quem tenha bastante contato. Essa pessoa terá mais repertório, já que conhece a fundo sua performance. Isso, na prática, significa um relato com aprofundamento e sem generalizações.
Pode ser tentador, por exemplo, pedir uma carta de recomendação ao chefe da sua empresa. Mas, se o convívio entre vocês for pequeno, como ele poderá apontar traços de sua personalidade? Habilidades que você domina e que só são perceptíveis na relação diária de trabalho? Talvez seja melhor apostar em um superior direto.
Seja objetivo e saiba aonde quer chegar
Uma carta excessivamente longa, que passeia por vários assuntos, pode causar confusão.
Por isso, seja objetivo e saiba o que destacar. É a sua capacidade de liderança e trabalho em equipe? Seu bom histórico acadêmico? Partindo da premissa, aí sim, descreva conquistas e vivências que levam ao tema central.
Não esqueça: a universidade não está procurando o estudante perfeito, com milhares de qualidades e nenhum defeito. O que ela busca é um perfil real, com traços bem definidos e capaz de somar.
Evite conteúdo genérico
Às vezes, pela vontade de chamar a atenção do avaliador, o recomendador tende a investir demais nos elogios. Não que isso seja ruim, mas é preciso tomar cuidado com o uso de expressões genéricas.
Não basta só elencar suas aptidões, é interessante mostrá-las. Converse com a pessoa escolhida e explique a importância da singularidade na carta.
Por exemplo: em vez de apenas dizer que o candidato é ótimo em resolução de problemas, complemente citando uma situação que confirmou tal impressão. Em vez de relatar seu tino empreendedor, descreva como essa veia contribuiu com um projeto.
Modelos de cartas de recomendação
Quando se trata de modelos de cartas de recomendação, vale o mesmo conselho dado lá no tópico de motivação.
Não copie cartas, mesmo que tenha encontrado um ótimo modelo, de alguém aprovado naquela instituição com a qual você sonha. Originalidade é muito importante, reiteramos que os avaliadores desejam conhecer a sua história e ela sempre, em algum grau, será diferente da de outras pessoas.
Se quiser exemplos de estruturas e referências, para ter mais confiança na criação, veja instruções/modelos da universidade. O MIT, por exemplo, tem uma página para esta finalidade, assim como Yale.
Apesar de exigir dedicação, saber como preparar cartas de motivação e recomendação deixará você mais perto do diploma dos sonhos. Agora que descobriu como caprichar, que tal colocar as dicas em prática? Quanto antes, maiores as chances de fazer as redações com cuidado. Desejamos sucesso!
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