Um dia inesquecível no intercâmbio em Portugal

Durante um intercâmbio acadêmico, esperamos viver o novo: uma cultura diferente, uma rotina universitária desafiadora e paisagens encantadoras. Mas às vezes, são justamente os imprevistos que tornam essa experiência ainda mais memorável. Foi o que aconteceu com o Luccas Gavron, aluno Uninter que está estudando em Covilhã, Portugal. Um simples “apagão” virou uma aula de vida inesquecível — e, curiosamente, começou literalmente durante uma aula sobre a percepção humana no escuro.

Tudo começou com um blecaute

Era por volta das 11h30 quando a energia acabou em Covilhã. No início, ninguém entendeu o que estava acontecendo. Parecia uma queda de luz passageira. “Estávamos em aula de Percepção Humana, falando justamente sobre como o olho se adapta ao escuro. Parece ironia, né?”, comentou o aluno.

Logo os professores da universidade perceberam que não havia como continuar as aulas — afinal, quase tudo por lá depende de equipamentos eletrônicos. O que era uma manhã comum de aula se transformou numa pausa inesperada.

Enquanto os rumores se espalhavam, as autoridades confirmaram o que ninguém esperava: o blecaute era nacional. Todo o país estava sem energia elétrica, sem previsão para retorno. “As notícias começaram a se espalhar pelas redes sociais e o clima ficou tenso. Nunca tinha acontecido algo assim aqui”, relatou.

A cidade entrou em modo de emergência. Supermercados lotados, pessoas tentando estocar alimentos e itens básicos, polícia organizando a circulação… um verdadeiro caos urbano.

Uma pausa (forçada) para viver o presente

Sem muito o que fazer, Luccas decidiu se juntar a um grupo de amigos — cerca de 20 estudantes brasileiros — para passar o tempo ao ar livre. O destino foi o jardim público da cidade. E o que poderia ter sido um dia tenso e improdutivo virou um momento de conexão real.

“Fizemos um mini piquenique com pães, salgados e vinho. Foi tudo improvisado. A praça estava cheia de grupos tocando instrumentos, jogando cartas e vôlei. Foi muito diferente e muito especial”, lembrou.

Cartas, conversas, violão… A praça ficou cheia de rodas de amigos e desconhecidos que decidiram compartilhar o dia à moda antiga. Teve leitura, risadas, desabafo, e uma sensação quase nostálgica de estar presente no agora, longe das redes sociais e dos aplicativos de sempre — cujas baterias, aliás, estavam acabando.

Lições inesperadas de um dia sem energia

Quando a noite chegou, a incerteza aumentou. Chegou-se a cogitar que a energia poderia demorar até 7 dias para voltar. Isso preocupou bastante os estudantes, já que muita coisa por lá depende exclusivamente da eletricidade — inclusive os fogões e chuveiros.

“A gente começou a pensar: como vamos cozinhar ou tomar banho se tudo aqui é elétrico? A preocupação foi crescendo, mas a gente continuou unido, tentando manter a leveza do dia”, contou.

Por volta das 22h30, a energia voltou em Covilhã e a cidade começou a retomar sua rotina. “No fim das contas, ficamos felizes por ter vivido um dia diferente, longe das telas e mais próximos uns dos outros. Foi leve, divertido e fez a gente refletir”.

O que ficou desse dia? Uma reflexão potente sobre como somos dependentes da tecnologia, mas também sobre como podemos nos reconectar com o mundo à nossa volta — com as pessoas, com a natureza e até com a simplicidade de uma roda de conversa sob o sol.

Intercâmbio é muito mais do que estudar fora

Essa vivência mostra exatamente o que o intercâmbio proporciona: crescimento, adaptação e memórias que vão muito além da sala de aula. Estudar no exterior é também aprender a viver o imprevisível com leveza, criatividade e boas companhias.

Na foto o aluno Luccas Gavron com dois amigos na praça, em Covilhã.

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