COP26: Panorama de objetivos e acordos

A COP26 ou 26ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2021 começou no dia 31 de outubro e se encerra no dia 12 de novembro.

O evento acontece na cidade de Glasgow, na Escócia, sendo considerado pelo secretário-geral da ONU, António Guterres “última chance de – literalmente – virar a maré” e conter o aumento da temperatura global.

Mas, como surgiram as COPs?

As COPs surgiram a partir da ECO-92 ou Cúpula da Terra que aconteceu no Rio de Janeiro, sendo considerada um marco nas discussões ambientais por reunir delegações de 175 países, além de movimentos sociais, sociedade civil e iniciativa privada.

Desta conferência surgiu a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC), um tratado para “estabilizar as concentrações de gases de efeito estufa na atmosfera”.

Quando as nações se unem para construir ações que cumprem este objetivo, acontecem a Conferência das Partes ou simplesmente COP.

Mas e a COP26?

A conferência deste ano reuniu os 197 integrantes da UNFCCC e milhares de participantes. Além das negociações e acordos climáticos, também conta com eventos paralelos.

A programação foi dividida da seguinte forma:

1 e 2 de novembro: A Cúpula dos Líderes Mundiais

Os chefes de Estado e Governo discursaram demonstrando quais são as suas ações e quando estão dispostos a contribuir para a diminuição das mudanças climáticas.

3 de novembro: Financiamento

Foi debatido como serão mobilizados os recursos para diminuir as emissões de gases do efeito estufa e como apoiar o desenvolvimento sustentável.

4 de novembro: Energia

Mostrou a importância da mudança para a energia limpa e quais ações já foram realizadas.

5 de novembro: Empoderamento Público e a Juventude

Neste dia os jovens líderes apresentaram o seu ponto de vista sobre as medidas para conter as mudanças climáticas. Também jovens fizeram manifestações no centro de Glasgow.

5 e 6 de novembro: Natureza e uso da Terra

Os governos, empresas, povos indígenas, comunidades locais e agricultores, mostraram como estão conduzindo a transição para um uso mais sustentável dos recursos naturais.

8 de novembro: Adaptação Perdas e Danos

Discutiu-se como adaptar a economia e a sociedade para que as mudanças climáticas não causem mais pobreza e desigualdade.

9 de novembro: Gênero + Ciência e Inovação

Mostrou como as mulheres, meninas e pessoas marginalizadas são as mais afetadas pelas mudanças climáticas e porquê a ciência e inovação são essenciais para chegar aos resultados esperados.

10 de novembro: Transporte

Reuniu os líderes de todo o setor para acelerar a transição para veículos que são 100% livres de emissões.

11 de novembro: Cidades, Regiões e Espaços Urbanos

Teve o objetivo de promover a colaboração para acelerar a ação climática ao longo da próxima década.

12 de novembro: Fechamento das negociações

Finalização do texto base da COP26.

Quais os objetivos da Conferência de 2021?

Segundo o site de Notícias das Nações Unidas Brasil, os principais assuntos abordados são:

1.   Garantir que o mundo elimine as emissões de carbono e não ultrapassar o aumento da temperatura global em 1,5 °C. 

Para atingir este objetivo é fundamental que os países parem de usar o carvão como fonte de energia e adotem energias sustentáveis.

Por isso, um dos mais importantes acordos em negociação é a transição desta fonte para energias limpas, onde 77 países prometeram reduzir gradativamente o uso de energias à base de carvão.

Entre os países que assinaram o acordo estão: Canadá, Chile, Polônia, Ucrânia e Vietnã. No entanto, países como Estados Unidos e a China, que estão entre os maiores poluentes até o momento, não participaram.

Segundo os especialistas, para não ultrapassar o aumento de 1,5 °C é preciso que a emissão líquida de dióxido de carbono chegue a zero em 2050.

Também o gás metano deve fazer parte das negociações, pois segundo Programa da ONU para o Meio Ambiente, Pnuma quando lançado diretamente na atmosfera é 80 vezes mais potente que o dióxido de carbono.

Como a destruição das florestas naturais também é uma das principais causas das mudanças climáticas, mais de 100 países, entre eles o Brasil, se comprometeram em assinar um acordo para acabar com o desmatamento até 2030.

2.   Adaptação para proteger as comunidades e habitats naturais

Como as mudanças climáticas já estão acontecendo, as nações que sofrem com as transformações precisam de recursos e infraestrutura para proteger e restaurar os ecossistemas.

Por exemplo, segundo o Fundo Internacional para o Desenvolvimento Agrícola (Fida), caso não ocorra uma adaptação da forma de produção até 2050, 8 países africanos podem diminuir 80% da plantação de alimentos básicos.

Esta produção vem principalmente dos pequenos agricultores, responsáveis por um terço da alimentação mundial. Logo se nada for feito os impactos serão o aumento da fome, da pobreza e dos conflitos. 

Por isso, a COP26 deve criar iniciativas para apoiar a adaptação destes agricultores e uma infraestrutura que proteja essas pessoas das mudanças climáticas, como sistemas de defesa contra inundações.

Outro aspecto importante é preservar e reconstruir as florestas, defesa naturais contra tempestades e alagamentos.

3.   Mobilizar finanças

Para que os países pobres possam cumprir a agenda climática proposta é fundamental que os países ricos contribuam.

Este compromisso já foi selado na COP15 no Acordo de Copenhague, onde os países desenvolvidos se comprometeram em canalizar US $10 bilhões ao ano, entre 2010 e 2012, e US $100 bilhões ao ano a partir de 2020.

Tratado que não vem sendo cumprido, logo é papel da COP26 garantir esses recursos e definir metas para os próximos anos.

Ainda, o setor privado (empresas, bancos e investidores) exerce um papel importante no financiamento da tecnologia e inovação.

4.   Trabalho conjunto

Uma das metas da COP26 é estabelecer colaborações entre governos, empresas e a sociedade civil, formulando acordos operacionais.

Por isso, um dos objetivos é finalizar o Livro de Regras escrito do Acordo de Paris, adotado na COP21 em 2015, cujos objetivos ainda estão longe de serem alcançados.

Mas para chegar a estes resultados é fundamental:

  • Criar um sistema sólido de créditos de carbono (certificados que comprovam a redução da emissão de gases do efeito estufa e podem ser comercializados entre países).
  • Instituir um sistema universal que incentive todos os países a se comprometerem com as mudanças climáticas.
  • Encontrar um tratado que estimule todas as nações a limitar o aumento da temperatura global em 1,5 °C.

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